Autor: Kerry Drewery
Páginas: 316
Editora: Astral CulturalEdição: 2015
Acabamento: Brochura
Nota: 4/5
ISNB: 9788582462652
A primeira coisa que vocês vão pensar ou falar sobre este livro é "Isso é tão Black Mirror", sim, é exatamente essa sensação que vocês terão ao ler A Sétima Cela, da autora da inglesa Kerry Drewery. Já preparem sua ansiedade e o coraçãozinho para alguns ataques cardíacos, pois mutas vezes vocês muita raiva com as atitudes dos personagens, mas vale muito a pena cada momento. Este é o primeiro livro que trago aqui da nossa editora parceira Astral Cultura, que me enviou o livro em um kit muito amor. Muito obrigada pessoal.
O livro já começa com um assassinato a sangue frio, cometido por Martha Heneydew, a primeira adolescente a ser condenada a cadeira elétrica e ao sistema de justiça aplicado na Inglaterra, chamado Olho por Olho, onde o condenado tem apenas sete dias de vida. Nesse tempo o prisioneiro passa por setes diferentes celas, até a sua execução, por isso o livro é dividido em sete partes diferentes, cada uma retratando os últimos dias de Marta.
Esse tipo de justiça é o que eles chamam de justiça avançada, onde não existe mais tribunais, o sistema é mais "democrático" para a população e não é necessário procurar provas ou saber o motivo dos crimes, apenas a população decida se o condenado é culpado ou inocente, votando por telefone e pela internet. O detalhe é que para efetuar o voto, é preciso pagar uma taxa adicional, então por aí você já percebe que essa "democratização" não se aplica as pessoas que não podem pagar.
Isso que eles chamam de justiça é como se fosse um reality show (tipo o Big Brother), tudo é transmitido por um programa de televisão, que em grande parte manipula a mente dos telespectadores para terem a opinião que a mídia deseja que eles tenham, pois é mais fácil concordar com a opinião de massa, do que questionar.
Apenas três pontos me incomodaram no decorrer da leitura. Primeiro, é a forma como programa Morte é Justiça é apresentado, me lembrou um pouco como é narrado no quadrinho Cavaleiro das Trevas, não achei tão fluido assim, mas isso é uma coisa pessoal minha. Segundo, as vezes na narração o parágrafo de fala do personagem fica muito grande, logo em seguida vem outro parágrafo, mas é do mesmo personagem, então em alguns momentos me vi meio perdida nos diálogos. Terceiro, temos muitos pontos de vista de diversos personagens no decorrer do livro, sendo que o da Martha é em primeira pessoa, os outros tudo em terceira, mas não é isso que me incomodou, mas as vezes as trocas de personagens em alguns parágrafos são muito curtos. De resto a leitura fluiu que foi uma beleza.
A Sétima Cela é uma distopia com grandes segredos envolvidos, boas cenas de ação, poder político e mostra como as pessoas podem ser alienas por um sistema de mídia. É uma excelente literatura para refletir sobre a nossa própria realidade. Esse é apenas o primeiro livro da trilogia A Cela, o segundo será lançado este ano ainda (se não me engano), então já prepara o coração para a continuação, que vai ser babado.
A Sétima Cela é uma distopia com grandes segredos envolvidos, boas cenas de ação, poder político e mostra como as pessoas podem ser alienas por um sistema de mídia. É uma excelente literatura para refletir sobre a nossa própria realidade. Esse é apenas o primeiro livro da trilogia A Cela, o segundo será lançado este ano ainda (se não me engano), então já prepara o coração para a continuação, que vai ser babado.