Uma recontagem da Bela e a Fera

Livro: Corte de Espinhos e Rosas

Autor:  Sara J. Mass

Páginas: 434

Editora: Record
Edição: 2015

Acabamento: Brochura

Nota: 4.5/5

ISNB: 9788501105875

Muitas pessoas estão super ansiosas com o lançamento do filme da Bela e a Fera, estrelado pela linda Emma Watson, que vai hoje para os cinemas. Pensando nessa ansiedade, decidi trazer um livro que tem como tema a estória da Bela e a Fera como pano de fundo, só que contendo muita fantasia, ação e uma pontinha de sangue lá no final. Afinal de contas, quem não gosta de uma boa recontagem de contos de fadas?

Quem conhece a autora Sarah J. Maas, sabe que os livros dela são arrasadores e emocionantes. Em Corte de Espinhos e Rosas, não é nada diferente. Na verdade temos um ambiente um pouco mais tenso e emocionante, do que o apresentado na saga Trono de Vidro, da autora. Eu sou uma grande fã dos livros que ela escreve e sempre é uma recontagem de algum conto de fada (mesmo que ela adapte tanto que não pareça mais  o conto).

Com personagens fortes e cativantes, somos apresentados a um mundo alternativo, onde uma grande guerra a assolou e agora os seres humanos vivem em seu momento de "paz". "Paz" porque o reino humano é separado por uma grande muralha, onde no passado eles entraram em guerra com o povo feérico e depois de quase uma extinção, entraram em um acordo, onde a terras dos humanos e feéricos foram divididas pela grande muralha. Porém, algo de muito errado parece estar acontecendo, o feitiço lançado na muralha para a separação parece estar enfraquecendo e alguma coisa ruim que anda acontecendo nas terras feéricas pode vir para o humano.

Em Corte de Espinhos e Rosas, somos apresentados para Feyre, a caçula de um lar desestruturado e falido, onde o pai é um peso morto, suas irmãs só sabem reclamar e vivem em um mundo de fantasia. Conforme você vai lendo, se irrita muito com a família da jovem e se pergunta "Por que ela não larga eles de uma vez e vai viver sua vida?", é uma pergunta muito razoável, já que eu se tivesse na situação dela, já tinha mandado todo mundo se catar, mas Feyre vive com o peso de uma promessa que fizera a sua mãe antes de morrer e este é o fardo que ela tem de carregar.

Como a jovem é a única provedora de alimento para sua família, ela saí para caçar e em uma dessas caçadas mata um grande lobo de olhos amarelos, mais tarde descobrindo que na verdade era um feérico transformo e que segundo o tratado, se algum humano matar ou ferir um feérico deve pagar com sua vida. Despertando a ira de Tamlin, um Grão-Feérico, que vive em Prythian (além das muralhas), ele faz uma proposta para a jovem em troca de não tirar sua vida. Em compensação Feyre irá morar com ele em terras feéricas e esquecer sua vida humana para sempre.

A contra gosto, ela aceita a proposta de ir para Prythian, mas todo o ódio que Feyre sente pelos feéricos é reacendido, o que não faz sua convivência com Tamlin nada fácil. Somos apresentados ao munto mitológico, com paisagem e magia deslumbrante e no decorrer do livro a jovem vai conhecendo um mundo feérico que não se é contado nas lendas humanas; um do qual é belo, mas com grandes problemas políticos e governado por uma rainha tirana, com cede por vingança e poder.

Ela descobre que o mundo feérico enfrenta muitos problemas e está sob uma maldição, da qual há quase cinquenta anos, após um baile, todos os habitantes vivem com máscaras sob seus rostos e impossibilitados de tira-las. Como consequência os poderes deles também diminuíram e forças sombrias rondam o reino. Diferente do livro Trono de Vidro, nesta série a narrativa se torna um pouco mais madura, as questões românticas são meio enroladas, mas temos uma cena um pouco caliente em algum momento do livro

Uma coisa que gostei demais no livro é que Feyre ama pintar e é uma grande apreciadora de arte; a forma como a autora trás a forma como ela pinta é muito encantador e faz você ficar com muita vontade de conhecer Prythian. O livro é narrada em primeira pessoa, então é todo visto pela visão da jovem, o que é demais, pois temos a visão de uma humana em cima daquele mundo desconhecido e é fácil gostar de Feyre, assim como é fácil querer estrangula-la em alguns momentos por causa das suas atitudes. Se tem uma coisa que a Sarah faz que amo é construir personagens fortes e decididas, pois é dificil você achar personagens femininas assim na literatura, então já deu para perceber que ela ganhou muitos pontinhos comigo.

O ritmo da leitura é muito gostoso, no começo é meio devagar, mas perto do meio para o fim a narrativa se torna tão frenética que é impossível largar a leitura, pois queremos saber o desfecho dos personagens e a resolução dos segredos apresentados. Este é só o primeiro volume, o segundo - Corte de Névoa e Fúria -, já está disponível, o terceiro volume está previsto para este ano e a autora já confirmou que está série terão oito livros (mais alguém aí sentiu o bolso ficando vazio?).

Esta edição feita pela editora Record está belíssima, com capa aveludada, arabescos envernizados e uma excelente palheta de cores na capa. Dentro ainda temos dois mapas para ilustras a estória. Um sendo das terras de Prythian e o outro denominando as terras feéricas e humanas. Está uma lindeza só!

Se você está procurando uma fantasia com um ótimo enredo, reviravoltas, boas cenas de aventura e conflitos políticos, essa é a escolha mais que certa. Alguém aqui já chegou a ler ou ficou com muita vontade de saber o que acontece com a Feyre? Aproveita para começar a ler, pois temos um longo caminho até o termino desta saga.